Quem não acredita em amor à primeira vista?
Ellah, aos quinze anos, mudou-se com sua mãe para um edifício novo.
Na primeira semana, ainda adaptando-se ao local, estava entrando pela porta principal do condomínio e ao mesmo tempo saía Edward, alto, loiro, tão branquinho mas um azul incrível nos olhos, sorriso iluminador e educado desculpando-se por ter "esbarrado" na menina nova do prédio.
Seus olhares por um longo momento não desviaram-se por nada, parecia que já se conheciam.
A expectativa continuou, pois depois daquele momento, não o viu mais.
Ellah criou hábito de esperá-lo pela janela. Para saber seus horários e amigos.
Mas quando descia para encontrá-lo "por acaso", não dava certo.
Edward até tentou em variados horários diferentes encontrá-la também, mas esforços em vão.
Mas ainda esperançosa.
Ellah aguardando a porta do elevador abrir para descer, foi surpreendida com a imagem real, ele, o loirinho e branquinho de afeição tão marcante, em sua frente entrando.
Eram corações disparados, barrigas flutuantes, pernas "à bamba" e imaginações adolescentes.
Totalmente sem saber o que fazer, os dois ali sozinhos, sem nada de palavras, mas com sentimentos transbordando em seus corações e olhares... Um repentino beijo surgiu.
Edward simplesmente a beijou com toda vontade e sentimento de seus adoráveis dezessete, quase dezoito anos. Apenas a parede do elevador de base, para deixar na história daquele momento.
Após este dia, tornaram-se amigos.
Parceiros.
Cúmplices.
Inseparáveis.
Namorados.
Apaixonados.
Completos.
Ellah gostava de ver o programa Furacão 2000. Edward ouvia Elton John.
Enquanto ainda estava no colégio, ele fazia estágio.
Ela preocupada com postura e etiqueta, ele atrapalhado esbarrando nas portas de vidro.
Sem possuírem telefones celulares ou internet, a comunicação era inevitável.
Seus horários eram diferentes.Mas não falhavam nos encontros.
Foram meses com dedicação e carinho.
No colégio já era costume perguntarem por ele.
Em seu estágio, era costume perguntarem por ela.
E na rotina de esperá-lo na janela, ele mudou os horários.
Uma semana sem ver seu querido.
Mas este prazo estava prolongando. Parecia uma eternidade cada período do dia.
Assim como num deserto, Ellah o enxergava por miragens na entrada do prédio. Ele ali parado, com a jaqueta azul de veludo combinando com os olhos, em frente ao elevador.
Já era inverno. Seu coração estava aguardando para ser aquecido. Seus lábios congelando.
Não queria ela conformar-se em não ter sido avisada. Sentiu-se deixada, trocada e abandonada. Seu coração aflito já estava desesperado, com raiva e saudade.
Questionava-se com a frase que ele havia dito: - Preciso falar com você.
Mas "Falar o que? Quando? Porque não aparece? Porque não falou antes?"
Duas semanas passaram-se.
Ellah ouviu a vizinha, uma senhora de idade que não gostava de adolescentes, comentando aliviada que havia menos um no prédio.
Foi lamentar-se com sua mãe, não acreditou que Edward havia realmente se mudado e não falou nada. Mas em resposta, sua mãe disse que não, não mudou.
Que infelizmente o acidente dele foi fatal.
(Baseada numa história real)
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